Autodidata da alimentação

Desde que me entendo por gente, ou pelo menos desde meus 15 anos, faço algum tipo de dieta. Já vivi restrições dos diversos tipos, mas a onipresente sempre foi a de carboidratos – incluindo muitas frutas e outros vegetais.

Meus lanchinhos eram ridículos, limitados à DUAS castanhas, TRÊS amêndoas, uma colher de cottage com pão sem glúten (oi?) e por aí vai. E embora eu nunca tenha sido gordinha, sempre travei brigas com a balança e com meu corpo para ficar mais leve.

Não vou negar que a aparência me importa. Não me sinto bem nem bonita acima do meu peso ideal (que ainda estou descobrindo qual é) e principalmente, não me sinto feliz correndo pesada, pois além de cansar, machucar, só me faz sentir vontade de parar.

Respeito todos os nutris e tudo que aprendi com eles, mas hoje com 35 anos tenho o discernimento do que é bom e do que é ruim, e fiz sozinha a análise dos meus resultados testando os diferentes tipos de alimentação.

Minha conclusão: comer comida de verdade sem substâncias com nomes feios.

Sim, é simples assim!!

Depois do parto

Além de ter me sentido apreensiva durante toda a gestação imaginando se meu filho nasceria saudável, também refleti bastante em busca de uma aceitação, no caso de não conseguir retomar meu corpo depois do parto.

Sabemos que uma coisa é ter filho nova e outra é ter filho mais velha (tive a Malu com 21 e o Nico com 34) e sempre acreditei que ficar cagada ou não não dependia muito de mim, e sim de muitas coisas trabalhando juntas.

Apesar de pensar (e fritar) muito sobre isso, não deixei que tomasse uma proporção maior do que a que deveria. Meu foco sempre foi meu filho e tudo que envolvia seu nascimento, e tentei fazer diariamente um exercício de mente positiva para recebê-lo da melhor maneira.

Passado o parto que foi ótimo e normal, os perrengues da amamentação que foi difícil e dolorida, fui tentando entender o que poderia fazer para ajudar meu corpo a voltar.

Meu filho teve muita cólica nos primeiros 3 meses, então juntei meus dois maiores objetivos que eram evitar as cólicas e voltar o corpo, em busca do que seria a alimentação ideal. E sempre partindo do princípio que não faria restrições nem adotaria hábitos difíceis de serem mantidos.

Restrição ou conscientização?

Muito se diz mas pouco se prova sobre o que realmente dá cólica nos bebês pequenos, então cortei primeiro o chocolate, brócolis, feijão e aquelas coisas que dizem dar gases.

Aos poucos e naturalmente também fui cortando produtos industrializados, ou que contivessem aditivos químicos e/ou conservantes. Minha premissa era: se demora para estragar não é bom para mim nem para meu filho.

Em nenhum momento vi essa atitude como restrição, e nunca passei vontade, se estava afim de alguma dessas coisas processadas comia sem grilação. E eu acho que essa foi a atitude mais positiva que tive para conseguir cortar os industrializados da alimentação.

Não enxerguei como dieta, nem como restrição e não enchi o saco de ninguém com minhas escolhas.

Parei de comer embutidos, leite de caixa, queijo processado ou com conservantes, biscoitos processados, e principalmente o pão de forma que vem no saco, coisa que consumi durante anos e anos achando que estava arrasando.

O que ficou?

Tudo! 🙂

O leite sem lactose de caixinha (ingredientes: enzima lactase e estabilizantes trifosfato de sódio, citrato de sódio e monofosfato de sódio, difosfato de sódio) virou o leite A integral da Fazenda Bela Vista (ingrediente: LEITE IN NATURA) que custa praticamente o mesmo preço.

O pão de forma integral da embalagem bonitinha (ingredientes: Farinha de trigo fortificada com ferro e ácido fólico, uva passa, glúten, açúcar mascavo, semente de girassol, semente de linhaça dourada, açúcar, maçã, castanha-de-caju, farinha de trigo fermentada desidratada, castanha-do-Pará, fibra de aveia, farelo de aveia, óleo vegetal de soja, vinagre, sal, canela em pó, conservadores: propionato de cálcio e ácido sórbico, emulsificantes: mono e diglicerídeos de ácidos graxos e polisorbato 80 e melhorador de farinha: ácido ascórbico) virou o pão que a funcionária da vizinha faz e vende por R$10,00 ou o pãozinho francês da padaria.

O snack fitness com nome bonito troquei por fruta, o iogurte com conservantes troquei pelo que tem apenas 3 ingredientes e por aí vai.

Não deixei de comer algumas macarrão, manteiga ou algumas coisas que também são industrializados mas não tem substâncias com nomes esquisitos, até porque não quero ser uma xiita chata, meu objetivo é apenas tornar a alimentação o mais natural possível.

Eu não me programo muito com as refeições, almoço e janto quase todo dia em casa e sempre ando com 1 ou 2 bananas na bolsa para quando bater uma fome. Depois conto mais sobre o que consumo hoje em dia, e sobre o jejum à noite que faço todo dia e que me ajudou muito nesse processo todo. Mas juro que é muito mais simples do que parece, e com o tempo fica tudo automático.

O que melhorou?

Quando a gente começa a cortar as químicas que inflamam nosso corpo, e a maior parte das comidas são boas também é muito natural que a fome e a ansiedade diminuam e eu senti MUITO isso.

Não me alimento de 3 em 3 horas, pois por experiência própria sei que isso não funciona pra mim. Faço minhas refeições principais (café da manhã x almoço x jantar cedo (19:30), se der alguma fome nos intervalos como fruta, algum docinho (depois também conto quais docinhos eu como, mas são basicamente da padaria) ou café com leite A. Ressaltando que essa fome dos intervalos geralmente não acontece, pois fico muitas horas me sentindo satisfeita depois das refeições.

A diminuição da fome também foi um processo natural, não tomei nada nem diminuí as porções, fui apenas adaptando a quantidade de comida à quantidade da minha fome. Hoje não faço mais pratos de pedreiro porque meu corpo não pede, diferente de antes de engravidar.

Acho que o simples ato de evitar alimentos com química desencadeou várias outras coisas, como a diminuição da fome, a diminuição pela ansiedade de comer açúcar e melhorou meu bem estar em geral.

As cólicas do Nicolas melhoraram, assim como a alimentação da família e os valores das compras de supermercado.

E claro, acho que quem me acompanha consegue perceber minha diferença antes e depois de ter filho. Diariamente percebo os impactos positivos das minhas escolhas:

  • Estou bem mais magra (66kg em Maio de 2017 x 59km em Setembro de 2019);
  • Meus treinos rendem muito mais e posso ver minha barriga definindo;
  • Minha pele está fina e com a textura muito melhor;
  • Não tenho ansiedade por comida;
  • Não tenho mais coçeiras estranhas no braço;
  • Faço cocô bonito todo dia;
  • Amamento meu filho até hoje (11 meses) ele nunca ficou doente.

Você também pode.

Como falei lá em cima, é muito mais fácil do que parece e se baseia na simplicidade não nos extremos. Nem zero carbo, nem zero açucar, nem excesso de gordura, restrição de sal ou substituir refeições por Whey ou outras coisas químicas.

A única coisa que fiz foi priorizar as coisas da natureza. Todas elas: todas as frutas, todos os legumes, todos os grãos, todas as carnes….

Repito também: não sou nutricionista e não prescrevo nada pra ninguém. Tudo que aprendi foi percebendo o comportamento do meu corpo.

Entretanto acho que hoje existe uma cultura muito tóxica de que tudo bem substituir uma comida boa por uma dose disso ou daquilo porque é mais fácil.

NUNCA vou trocar café da manhã por um Whey (ingredientes: PROTEÍNA ISOLADA DO SORO DO LEITE, AROMA ARTIFICIAL IDÊNTICO AO NATURAL DE BAUNILHA, LECITINA DE GIRASSOL, CORANTE NATURAL CÚRCUMA, SUCRALOSE, CORANTE NATURAL URUCUM E ACESSULFAME DE POTÁSSIO)

E pra mim é muito simples: NUNCA um produto com sucralose, corante e acessulfame, que é um adoçante que adoça 200x mais do que o açúcar, vai ser melhor do que uma comida de verdade.

NUNCA.

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