Vou começar este post sendo bem honesta, já que minha história com o Nike Free não é exatamente de amor, mas sim de respeito.
De todas as famílias de produtos da marca, a plataforma Free nunca foi minha preferida e vou explicar o motivo disso:
Eu nunca fui uma mulher magrinha e depois que comecei a correr dei uma “encorpada” ainda maior. Correr (muito volume) sempre me deu muita fome e sempre estive dentro de um “looping alimentar” de come, faz dieta para correr x prova, come, faz dieta, come faz dieta e nunca, de fato, consegui me manter leve por muito tempo, exceto quando estava fazendo dieta.
Nest post eu explico o que mudou na minha vida, e hoje, mais de 1 ano depois de ter dado a luz continuo magra e finalmente num corpo onde me sinto bem.
Tá, e o que isso tem a ver?
O Free não é um tênis gostoso de se correr quando estamos ou somos mais pesados, então, na verdade, por mais que eu gostasse dele, a experiência da corrida sempre trazia algumas consequências nem sempre agradáveis.
Eu sentia sobrecarga nos pés durante a corrida, dor nos músculos pós corrida e além disso o tênis não durava quase nada, o desgaste acontecia muito mais rápido.
Meu primeiro Free é de 2010, uma edição comemorativa chamada City Pack, que eu tenho até hoje.

Em 2011, quando eu ainda era jovem e gostava de criar polêmicas, quis me mostrar contra as regras de corrida e fiz a meia do Rio de Free 5.0 (o rosa a foto abaixo).
As regras: Free não é bom para longas distâncias e não se corre prova com tênis novo.
Na época eu só queria ilustrar pra todo mundo que esse negócio de não poder correr com tênis novo era bullshit, pois sempre acreditei que se calçasse um produto e já sentisse de cara que ele era bom pra mim, não tinha pq dar errado.
Não foi a melhor experiência da minha vida mas entendi a proposta e os benefícios do produto, embora achasse que ele não era pra mim.

Nos anos seguintes as atualizações do Free sempre estiveram na minha vida, mas nunca num protagonismo, pois sempre me dei melhor com a família Zoom e Lunar. Até tentei os modelos novos, como o Free RN, mas mesmo assim nunca fizeram brilhar meus olhos.
Semana passada aconteceu o lançamento global dos novos produtos da família Free (que à primeira vista causam um certo impacto) e eu recebi um par na véspera de correr os 21k da Meia Maratona Internacional da Cidade de SP.
Como estou me sentindo mais leve e mais forte não tive a menor dúvida que, mesmo sem testar antes, correria a prova com ele. Sim, quase 10 anos se passaram e minhas convicções continuam as mesmas: não acredito em não poder correr com tênis novo, acredito sim no livre arbítrio.
Para ficar mais claro, primeiro vou dividir com vcs as especificacões do produto e depois minhas considerações:
5 FATOS DO NIKE FREE
- A Nike começou a estudar o movimento natural e correr descalço em 1989 em seu
laboratório de pesquisa esportiva em Exeter, New Hampshire. - Quando o trabalho Nike Free começou no início dos anos 2000, a Nike estava entre as
primeiras marcas da indústria a trabalhar diretamente para lidar com a corrida natural. - Os primeiros Nike Free foram lançados com um longo documento para explicar os
benefícios da tecnologia e avisar que o tênis não era para todos. - O Nike Sport Research Lab tem cinco parâmetros que analisa antes de decidir se um
tênis é ou não considerado digno da designação Free. - O sistema de numeração que define os nomes do Nike Free segue uma escala que varia
de 0 (com os pés descalços) a 10 (um tênis de corrida de máximo amortecimento) para
indicar o nível de amortecimento de um determinado tênis.

MENOS É MAIS.
Um tênis de desempenho ideal para corridas de poucos quilômetros, o Nike Free RN 5.0 retorna às suas raízes como um tênis de corrida. Um cabedal mais simples com mesh de camada única é elástico para parecer com uma segunda pele. A entressola super leve com menos espuma facilita a sua corrida.

BENEFÍCIOS:
- Cabedal elástico feito para um ajuste parecido com uma segunda pele.
- Espuma de menor densidade permite que o seu pé se sinta conectado ao solo.
- Ranhuras do calcanhar aos dedos permitem flexibilidade multidirecional.
- Sistema de amarração assimétrica nas laterais alivia a pressão do pé.
- Construção de botinha se integra à língua para um ajuste firme, sem costuras.
- A ausência de um apoio para o calcanhar proporciona liberdade. ainda que tenha firmeza suficiente.
- Palmilha de camada única dá ao seu pé uma sensação mais próxima e conectada com o solo.
- Bolsas de borracha no antepé e calcanhar melhoram a tração.
DETALHES DO PRODUTO:
- Offset: 6 mm (antepé 14 mm, calcanhar 20 mm)
- Forma: X3012- anatômico

O QUE ACHEI
O Tênis veio acompanhado de um manual de uso e um sketchbook que conta um pouco da história e propósitos do Free.
Para ser sincera, na primeira vez que vi e calcei achei ele bem esquisitão. Não necessariamente feio, mas esquisito, me lembrou um pouco esses tênis chunky que estão na moda.
Antes de falar minha opinião, preferi usá-lo algumas vezes em diferentes distâncias: 21km / 10km e 5km.
Quando calcei tive a impressão que as costuras internas (não são muitas, mas existem algumas) me machucariam, e resolvi correr os 21km de meia. Pior decisão que poderia ter tomado, se não fosse ela minha experiência com o tênis teria sido 100% boa.
O Free é inspirado nos movimentos naturais do pé humano, e criado à partir de dados reais para trazer a sensação de corrida descalço. Achei o tênis extremamente leve e flexível, ele abraça muito bem os pés e aguenta o tranco nas passadas.
Em nenhum momento senti falta de amortecimento e tirando os machucados que a meia + chuva fizeram no meu pé, eu nem teria me lembrado que estava de tênis novo. A primeira vez que calcei o Free tive a impressão de que poderia ser meio ponto menor, mas hoje, um pouco mais acostumada, vejo que está na numeração correta pra mim.
(então se for comprar siga sua numeração normal, nada de 0,5 a mais ou a menos)
Também gostei do cadarço assimétrico, achei que os pés ficaram “livres” mas em nenhum momento me senti insegura.
Não fui pra essa prova passear (em breve conto como foi voltar a correr uma meia depois de tanto tempo), queria testar meus limites e ver até onde poderia chegar, portanto precisava de um produto que proporcionasse todas as condições para buscar meu melhor.
O percurso da Meia era bem variado e apresentava várias subidas (leves, mas muitas) ao longo dos 21km. Eu adoro subidas e gostei muito da sensação de leveza que o free me trazia nesses momentos. Se ele não fosse um tênis tão liso na sola arriscaria dizer que é uma boa opção para corridas, não tão longas, de montanha.
O que a Nike “vende” é que esse é um tênis de curtas distâncias. Não sei bem o que eles querem dizem com curtas distâncias, mas o Free funcionou muito bem para 21k rápidos.
No manual que veio junto eles explicam “como se condicionar a correr com seu novo Nike Free” em 2 meses, é uma planilha que orienta a usar com moderação.

Depois da prova usei em alguns treinos de 5 – 10km em diferentes terrenos (asfalto x paralelepípedos) e me senti igualmente confortável. Ele é baixo mas não é duro e dá para sentir o chão sem sentir desconforto, as ranhuras que existem na sola tornam o Free um tênis super flexível e essa sensação também é muito boa.
Se você não está acima do peso, não tem problemas de lesões recorrentes e procura um tênis mais leve e baixo, o Free é o cara.
Ele custa R$429,00 (um preço ainda aceitável para um tênis) e vale o investimento.
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