Quando aceitei ser uma das mulheres do Zoom Squad, uma das primeiras coisas que me ocorreu foi: como vou me sentir sendo a mais velha, a mãe e talvez a mais lenta das 5 mulheres?
Não vou dizer que foi uma questão fácil de lidar, mas ela foi de extrema importância para eu reforçar e cultivar minha autoestima e a certeza absoluta de quem sou. Apesar de todas as mudanças que a gravidez, parto e puerpério trazem pra nossa vida, depois que meu filho nasceu eu passei a gostar cada vez mais de quem me tornei, física e emocionalmente, o que também refletiu na minha relação com a corrida, que também tive que reconstruir ao longo dos meses.
Mas participar de um projeto com mulheres bem mais novas do que eu, com outras responsabilidades, outra disposição e outros objetivos poderia ser um gatilho perfeito pra eu cair no buraco negro da insegurança, e botar a perder tudo que construí nos últimos tempos.
Essa minha construção não é sobre coisas, é sobre finalmente ter conseguido me ver na minha melhor versão, independente dos peitos caídos ou do tempo de maratona que acreditava ser possível fazer.
Todo o projeto girava em torno de de postagens, compartilhamentos de treinos, de produtos e muitos discursos de empoderamento através da corrida, então no mínimo eu tinha que ser honesta com o que estava falando ali. Isso me ajudou muito a olhar muito mais pra minha vida e pras minhas configurações do que me comparar às outras meninas.
Eu tinha que ser honesta com minhas fotos, meus textos, meus treinos, minha jornada e principalmente meu resultado. Seria hipocrisia dizer aqui que o resultado não importava. Talvez TEMPO fosse um assunto meio velado, apesar de todos terem suas apostas, mas no final do dia eu tava treinando sim para fazer tempo e não para completar mais uma maratona.
Todas as meninas do grupo são incríveis e nos demos muito bem, a jornada e a viagem foram perfeitas e voltamos com milhões de histórias legais pra contar. Não precisamos ser iguais para convivermos em harmonia, e todas terem esse mesmo pensamento foi super importante para eu me sentir bem dentro do grupo.
Em nenhum momento me senti menos forte, menos bonita ou menos legal. Apesar de estar emocionalmente blindada e preparada para essa situação, formamos uma unidade e acredito que uma fez parte da construção da autoestima da outra durante o processo todo.
Isso tudo não teria a menor graça se fossem modelos da Victoria´s Secret, com corpos e vidas perfeitas. O que me faz acreditar cada vez mais que o que realmente inspira de verdade outras pessoas é mostrar que mesmo com todas as dificuldades, inseguranças, possibilidades de passar vergonha, é sim possível.
É preciso antes de tudo construir sua autoestima, se blindar emocionalmente (nem que pra isso vc precise silenciar alguns conteúdos) e se entregar ao objetivo convicta de quem você é.
Pra mim isso foi decisivo no resultado da prova e mostrou que quem manda na minha história sou eu. Por mais que eu parecesse estar numa situação de “desvantagem” tudo que construí ao longo dos meses me levou à um lugar que ninguém esperava – nem eu mesma.
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