Hipotireoidismo gestacional

Mas que porra é essa?

Foi exatamente isso que perguntei semana passada quando peguei os resultados dos meus últimos exames de sangue.

Como a ginecologista que vou a muito tempo não faz parto, fiz metade do pré-natal com ela e agora fui atrás de um médico que pudesse me acompanhar do último trimestre até o final. Por indicação de uma amiga do Instagram encontrei a Dra Mirna Nakano, me apaixonei por ela e começamos a organizar os próximos passos.

A primeira coisa que ela fez foi pedir os exames de sangue do último trimestre, que são basicamente a repetição dos exames do primeiro + curva glicêmica, para identificar a diabetes gestacional.

Hoje em dia, na maioria das vezes os exames não vem mais em papel, a gente baixa em PDF e imprime e é IMPOSSÍVEL não ler os resultados!

Um dos exames que fiz foi o de TSH (Thyroid Stimulating Hormone), hormônio produzido na hipófise, que age estimulando a glândula tireoide na produção de dois hormônios, a triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), responsáveis pela regulação do metabolismo ao transformar nutrientes em energia.

Logo que vi que o resultado estava fora dos valores de referência para uma gestante, já fiquei desesperada e liguei na Dra Mirna para antecipar a consulta. Fritei o dia todo até ela me ligar para explicar do que se tratava, e o Dr Google estava certo: hipotireoidismo gestacional.

hipotireoidismo é provocado pela falta de hormônios da tireoide e excesso de TSH. Quando o TSH está alto, a tireoide funciona de forma lenta por conta da falta dos hormônios do metabolismo, e é um problema que afeta de 2% a 3% das mulheres, inclusive as que nunca tiveram problemas antes.

Quando eu falo que a gravidez bagunça tudo e faz a gente perder autonomia de quem somos, é sobre isso que tô falando. Porque vc se acha super esportista, saudável, gatona e aí do nada vem uma parada dessa que nunca tinha ouvido falar.

Na verdade estou compartilhando aqui, pois ninguém (nem mesmo minha própria ginecologista) havia me informado da importância do monitoramento desse hormônio durante a gestação, tanto é que fiz o exame só no primeiro trimestre.

A tireoide tem um papel importantíssimo no começo da gestação, não apenas favorecendo a fecundação, mas também ajudando a “segurar” o embrião no útero, e fornecendo os hormônios para o bebê que ainda não consegue fabricá-los sozinho.

Então tb é um exame muito importante ppara quem quer engravidar, já que as chances de aborto aumentam caso ele esteja desregulado.

No telefonema, a Dra Mirna me explicou o que era, recomendou um hormônio chamado Synthroid, me pediu para segurar o freio, e procurar um endócrino o quanto antes para monitorar a dose.

Já na endocrino, comparamos o resultado do exame do primeiro trimeste com o do segundo, e ela me disse que o problema se desenvolveu no meio da gravidez, momento em que o bebê já produz os próprios hormônios e os riscos são pequenos. Ela me explicou que o objetivo agora é garantir que o tratamento seja feito adequadamente para reduzir as chances de parto prematuro e de o problema persistir depois da gravidez.

O grande problema do hipo gestacional é que seus sintomas se confundem com os da própria gravidez, sendo o cansaço o maior deles.

Todos os outros exames deram normais, não tenho diabetes nem engordei muito (até agora 7km) mas admito que essa foi uma situação bem desagradável, que não esperava ter que lidar agora.

Fora que esse hormônio faz eu me sentir acelerada e sem paciência, igual me sentia em 2001, quando tomava umas sibutraminas pra ficar magra.

Tá fácil? Não tá, mas tem que aceitar e tocar o barco.

Imagem: Abril

 

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