Foi a frase que mais falei nas últimas semanas.
Falei chorando, falei gritando, falei batendo porta e telefone na cara. Falei em todos os tons e de todas as maneiras…
Pela primeira vez na vida a Malu ficou de recuperação e eu com os hormônios cagados já entrei em desespero, pensei no tempo que ela iria perder e em todos os boletos da escola que paguei esse ano, que seriam como dinheiro no lixo – e fiquei louca.
A primeira vez que fiquei de recuperação foi na quinta série (em religião), já a Malu ficou na sétima, e mesmo assim eu achei um absurdo sem tamanho e dei uns escândalos que me fizeram chorar de vergonha depois. Ameacei nunca mais dar o celular, nem presente de Natal, nem férias e só não ameacei colocar no colégio interno pq acho que isso não existe mais. Pior: culpei minha mãe, disse que ela passa um pano pra tudo que a Malu faz inclusive por ela não estudar como deveria.
Briguei com meu marido, briguei com a minha avó, e briguei muito com a minha mãe, a pessoa que mais me ajuda no mundo.
Na real eu sabia que essa hora ia chegar, a hora dos hormônios de grávida começarem a gritar e a me fazer agir como louca. E não tenho mais a corrida para me ajudar a não agir assim.
De repente num sopro ficou tudo bem. Cheguei à conclusão que tudo bem repetir de ano, e me lembrei de quanta gente inteligente e bem sucedida que conheço e que repetiu de ano.
E mais, vai saber se hoje eu não seria bem sucedida se tivesse repetido de ano?
Dane-se. Malu passou de ano, e por mais que eu seja dura com ela sei que não poderia ter uma filha mais maravilhosa.
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