Meu discurso fitness x body positive

Estava ouvindo um podcast muito bom da @obviousagency, que falava sobre a opressão que a chegada do verão causa nas pessoas, principalmente no que diz respeito ao corpo.

De vez em quando escrevo alguma coisa no meu Instagram sobre minha rotina de atividades físicas x alimentação, e hoje me questionei se tudo isso que falo fere as pessoas que são felizes acima do peso, vivendo sem atividade e comendo tudo que querem.

A conclusão que cheguei é que meu discurso as fere tanto quanto o delas me fere, sabem por quê?

Acredito que existem muitas gordas saudáveis e magras não saudáveis, mas não acho que isso seja a regra. Uma pessoa gorda geralmente come comida processada (que faz mal e mata), não se exercita numa frequência onde realmente é possível colher benefícios – e nem tô falando de benefícios estéticos – tô falando de saúde mesmo e nunca vou conseguir entender que isso é saudável.

Acredito também que todas devemos respeitar as escolhas da outra, mas por já ter estado “neste lugar” onde muitas vezes a pessoa não faz nada por acreditar que não há o que fazer, é que reforço meu discurso de que não precisamos aceitar um corpo que não nos pertence só para sermos acolhedoras com nós mesmas.

Tenho 2 filhos, meus peitos caíram e minha barriga tem pele “sobrando” – um cenário totalmente aceitável, na minha opinião – e que pouco provavelmente vai se tornar um problema na minha vida. Não pretendo fazer plástica e embora já tenha pensado em colocar peitos, não sei se isso faz sentido na minha vida.

Minha saúde é prioridade, muito mais do que corpo ou aparência, que são consequências da uma vida equilibrada e saudável que escolhi ter. Eu quero ter saúde para criar meus filhos, para envelhecer bem sem dar trabalho pros outros e quero me sentir forte para fazer as coisas que me fazem feliz – por exemplo, correr.

Por exemplo, uma alimentação sem processados, priorizando comida de verdade e comendo só quando há fome (se informar tb sobre o que realmente é fome) é algo que, embora todo mundo possa ter, nem todo mundo quer ter. É totalmente compreensível a pessoa não querer abrir mão dos prazeres e estar ok com as consequências que isso carrega, mas acho que todo mundo precisa ter a chance de se sentir verdadeiramente feliz consigo mesmo, e acredito que um discurso de aceitação nem sempre traz isso.

Não gostaria de ferir ninguém com as coisas que falo e posto, mas também não sou essa pessoa que vê as coisas, finge que não e segue a vida. Tenho que pelo menos tentar, se conseguir contribuir para 1 pequena mudança positiva na vida de alguém, que traga saúde e bem-estar, já ficarei feliz.

Sou totalmente contra os atalhos. Não acho que tomar remédio, parar de comer, treinar em excesso ou fazer qualquer coisa ao extremo seja parte da solução. Aliás, acho que apenas contribuem para o crescimento do problema.

As vezes sinto que muita gente não tem informação para fazer as coisas da maneira correta – e acreditem ou não – que é também a mais simples. Se nós que já passamos pelo processo de mudança sabemos algo que outra pessoa de repente não sabe sobre isso, por quê não dividir com ela nosso conhecimento de causa?

Acho que se fala muito sobre os padrões estéticos, ignorando os “padrões” de saúde. Não é sobre ir contra algum padrão, é sobre ir em direção ao que realmente é bom para a saúde do indivíduo.

Seja a mulher que você quer ser, não aquela que está “confortável” sendo menos do que poderia ser.

Namastê!

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