Eu sempre volto! No Instagram me sinto dentro de um caixote, tenho que escrever sempre menos do que gostaria, metade dos meus sentimentos. Em resumo, escrever me serve como uma terapia, então voltei porque preciso voltar a fazer coisas que me acalmam.
Me sinto até mal em me sentir deste jeito que estou hoje, mas a verdade é que estar (de novo!) num projeto grandioso de corrida, que além de tudo encaro como um trabalho, é algo com o que me comprometo de verdade. Assinei um contrato, tenho entregar com a marca, com as pessoas que consomem o conteúdo de corrida eu produzo e acima de tudo, comigo mesma.
Por mais que tente direcionar meus pensamentos para “vou correr essa maratona para ser feliz” e de fato, espero que seja feliz mesmo, não é simples assim. Não é nem uma cobrança externa, até porque acho que meu tempo em Chicago 2019 já me deixou bem satisfeita. Não fico realmente fritando em baixar este tempo, mas frito em conseguir fazer outra boa maratona, onde acima de tudo eu me sinta bem, sem dores, sofrimento na medida…
Eu tenho um PUTA medo de maratona! Vejo vários corredores falando que gostam de sofrer, eu ODEIO. Se gostasse de sofrer não seria tão exigente comigo mesma nos treinos, justamente pq sei que é a exposição ao sofrimento no treino é que vai me trazer resistência para o sofrimento da prova – EXPOSIÇÃO GERA RESISTÊNCIA, LEMBRA? Além disso, sofrer em treino é uma coisa, em prova é um buraco muito mais embaixo.
Claro que é bom demais fazer parte de um projeto lindo como o ASICS LUME CLUBE, mas não é simplesmente ir lá correr uma maratona, pq eu não sou dessas. Não entrei neste projeto só para correr a prova, meu maior objetivo era poder contar histórias que impactassem vidas de outras mulheres. Histórias de força, de fraqueza, de alegria, de tristeza, de alimentação, de família…
Acho também que o objetivo da ASICS ao me chamar para este projeto foi bem por aí, pq no mercado tem muitas outras mulheres menos “causadoras” e complicadas do que eu, se não fosse por isso por quê me chamariam?
Eu quero correr uma boa prova, sofrer na medida, contar boas e reais histórias e poder acrescentar algo em outras vidas. São grandes objetivos, por isso estou cansada e ansiosa, porque até aqui dei meu máximo e esse máximo vem junto com o máximo que venho tentando dar em várias outras coisas, como por exemplo na vida profissional – mas esse é outro papo: transição de carreira.
Resumindo: tá difícil e eu preciso escrever.

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